tag:blogger.com,1999:blog-89971285280816270122024-02-19T13:49:33.989-03:00Canto e Contos de uma PassarinhaMemórias dos meus amores.Unknownnoreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-62826185944726931822022-07-09T22:55:00.006-03:002022-08-07T23:09:12.256-03:00Amores possíveis / O bom da vida<div style="text-align: justify;">Acordar numa manhã qualquer, sentar no seu colo, roubar um gole do seu café.
Sentir o café me esquentando o corpo e sua presença me aquecendo a alma enquanto
eu desperto aos poucos, devagarzinho. Ouvir seu bom dia. Lhe desejar um bom dia.
Conhecer seus tons de voz. Conversar abraçados na rede depois de um longo dia de
trabalho ou apenas compartilhar um silêncio confortável, querido, acolhedor.
Dançar sem música pela casa. E na chuva. Tomar banho de rio. E de mar. Sentir o sol
aquecendo a pele. Ouvir, atenta, suas histórias. Lhe contar as minhas.
Construir e relembrar memórias nossas. Lhe ver sorrir. Lhe fazer sorrir.
Gargalhar juntos por uma bobagem qualquer. Sentar no chão para olhar as estrelas
e dividir uma cerveja geladinha. Dormir juntinhos e pelados, faça calor ou faça
frio (deixa comigo, que eu lhe incendeio, prometo). Deixar meu cheiro na sua
cama e na sua camisa. Sentir saudades. Querer estar junto. Ter pra onde voltar.
Lhe fazer um café (com pouco açúcar e muito amor). Aprender sua sobremesa
preferida. Experimentar sua comida. Improvisar um jantar a dois no chão da sala.
Sair pra passear no parque e admirar as plantas e os animais (e lhe ver
descobrir que eu canto pra todo bicho e converso com toda árvore,
desinibidamente). Ver crianças brincando na praça. Visitar feiras. Desbravar um
bairro novo da cidade. Ter companhia para absolutamente tudo. Passar o dia sem
fazer absolutamente nada. Sentir sua barba me arranhar e minha pele se arrepiar
ao seu toque, suas mãos na minha cintura, sua pele na minha… (o resto fica só
entre nós dois e eu lhe conto depois, baixinho, ao pé do ouvido). Lhe olhar nos
olhos. Lhe beijar a boca. Fazer amor em qualquer canto da casa (ou no carro, no
jardim…), a qualquer hora do dia, sempre que der vontade. Dividir o doce e o
amargo dos dias, misturando sua vida na minha, do nosso modo, no nosso tempo. Me
mostrar pra você sem medo (ou apesar dos medos) e lhe descobrir sem o peso das
expectativas e a impaciência da pressa. Aprender (e acolher) seus jeitos,
gostos, humores e defeitos. Lhe ensinar meus jeitos, gostos, humores e defeitos.
Lhe entregar meu amor não como uma responsabilidade, mas como um voto de
confiança, e dessa mesma forma receber o seu. Ser livre para poder ir e
desfrutar da liberdade de ficar por vontade, enquanto fizer o bem, enquanto
fizer sentido. Ter cor e som pra quebrar a monotonia do dia a dia. E bom humor,
paciência e jogo de cintura pra encarar os perrengues da vida. Compartilhar
sonhos e planos e abraçá-los como próprios. Desejar e construir um futuro em
comum. Lhe dar paz, saúde e prazer (e dengo. Muito dengo e chamego). E encontrar
paz, saúde e prazer também em você (além de muito dengo e chamego, claro). Ser
sempre gentil e completamente honestos um com o outro. Acreditar em nós. Ser
casa, descanso, aconchego. Ser e ter paz. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A vida pode ser tão simples e boa. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">(Enquanto escrevo, sinto e penso, começa a tocar ”Estrela” e a Sandy confirma
meu desejo: “Sim, Deus fará absurdos contanto que a vida seja assim…”. Que a vida seja assim e que Deus faça absurdos nela!)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-35731881840203618282013-11-21T03:22:00.000-03:002013-11-21T03:22:59.093-03:00Eu deixo.<div style="text-align: justify;">
<i>Não fica assim tão calada enquanto a gente volta pra casa. Vem cá, senta no meu colo, beija minha boca, abre o meu zíper. Esse espaço entre mim e o volante foi feito só pra você. Aproveita. Me conta uma história, me fala daquele livro que você tá lendo, deixa eu lhe apresentar aos meus pais. Tira a minha concentração e o meu juízo ao passear de sainha pelo corredor ou só de calcinha pelo meu quarto (aquela preta com um babadinho, que eu adoro). Espalha esse seu batom vermelho pelo meu rosto, pelo meu corpo e vai descendo... Morde meus lábios, meu queixo, bem de levinho, como só você faz, e depois se afasta um pouco quando eu tentar lhe beijar, só pra me provocar e deixar com ainda mais vontade. Vai, me diz como eu devo decidir esse caso, você faz isso melhor que eu. Me conta o que você achou do cd novo do Andrew. Que é que você acha de irmos à praia esse final de semana? Vamos correr sábado pela manhã? Deixa eu lhe fazer uma massagem, e um filho. Deixa eu lhe dar um novo lar e muito, muito prazer. Vem cá, mulher, cala a minha boca, me deixa sem ar. Faz da minha sua outra família. Faz de mim o seu lugar. Não dorme agora. Sente minha barba roçando sua barriga, suas coxas... Isso, geme assim baixinho, no meu ouvido. Ainda é cedo e tem criança no quarto ao lado. Deixa eu lhe levar pra ver o sol nascer na Tailândia. Você é doida por lá, né? Também é doida por mim? Me faça parecer um bobo ao lhe olhar brincando com seus sobrinhos, pedindo a Deus pra você ser a mãe dos meus filhos. Me faça feliz ao me permitir lhe fazer feliz. Vai, mulher, n</i><i>ão seja teimosa, me deixa lhe fazer feliz.</i></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-4819937655506490122013-08-11T21:26:00.001-03:002022-06-14T03:41:55.123-03:00Agridoce<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Ainda há muito para lhe dizer, mas meu tempo é curto e está acabando – assim como a minha coragem. Acabei de tomar uma xícara de café e, você sabe, café me bota comovida como diacho. Então, eu quero aproveitar essa sensibilidade (e o pouco tempo que me sobra).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você foi o empurrão final de que eu precisava. O sopro de coragem que me fez encarar com menos medo – e até alguma esperança – a novidade que me aguardava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No início, nossas semelhanças se assombravam – e chegavam mesmo a nos constranger, sabe lá Deus o porquê. Hoje, eu vejo que não é que sejamos parecidos, apenas temos gostos e estilos de vida quase idênticos, o que facilita bastante a harmonia. Mas ainda acho engraçado quando dizem que você é minha versão masculina e vice-versa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Me parece, na verdade, que o ponto em que mais nos associamos é o humor. Simples, acessível, bobo como só nós sabemos ser. Por isso que o riso é sempre tão largo e farto quando estamos juntos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Houve uns dias em que tudo pareceu estar errado, em que eu me dispersei mais do que o comum. Aí eu parava, tomava uma xícara de café e, ainda mais comovida, esperava você chegar. E era só você abrir a porta pro sol e o mar invadirem o ambiente. Meu peito sossegava. Sua presença era quase um afago. Aliás, antes mesmo disso, era ouvir sua voz no corredor pro mundo voltar à sua orbita normal. Foi assim todo dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu ficava cheia de orgulho ao perceber como um contava com o outro. Não só quando a brisa era leve, mas principalmente quando havia ventania. Ser seu suporte e lhe ter por cais nesses últimos meses foi mais uma fonte de alívio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse tempo, eu pude conhecer você como jamais teria suposto quando o vi pela primeira vez, há quatro ou cinco anos, naquela foto. Hoje, eu sei dos seus amigos, da sua família, dos seus planos, das suas histórias, dos seus gostos, dos seus jeitos. E, o que mais me impressiona, lhe deixo com a sensação de que ainda há muito a saber.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não houve um só dia em que eu me sentisse entediada com você – o que é uma novidade pra mim, que me canso tão rápido. Mas eu confesso: experimentei certa confusão. Coisa que não sei explicar ainda. Ou talvez simplesmente não queira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu tempo está acabando. Quem sabe, daqui a cinco anos... Não importa. E eu já lhe disse: você será sempre meu xodozinho.</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-74629815025926027052013-04-22T05:37:00.000-03:002015-04-20T14:04:18.541-03:00Não elegemos a pessoa por quem nos apaixonamos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px; text-align: justify;">
"Feliz ou infelizmente, para homo ou heterossexuais, não há livre arbítrio nas coisas do coração. <b>Não elegemos a pessoa por quem nos apaixonamos. Apenas descobrimos, com as pernas bambas, as mãos suadas, a boca seca, o coração acelerado e uma flecha no peito, dizendo que é aquela ou aquele ali que queremos debaixo dos nossos lençóis.</b>"</div>
<br style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px;" /><span style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px;">— Antonio Prata</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-44090856753548722782013-04-22T05:11:00.000-03:002015-04-20T14:05:01.380-03:00O salto<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px; text-align: justify;">
“<b>A gente não tem como saber se vai dar certo.</b> Talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato — pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que deve ser dito. Talvez, lá adiante: mas entre o silêncio que pode estar nos esperando então e o presente — você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge vez ou outra pelo quarto –, quem sabe não seremos felizes? Entre a concretude do beijo de cinco minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida inteira. Ou duas.</div>
<div style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px; text-align: justify;">
Passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento. Uma festa cheia de amigos queridos, celebrando alguma coisa que não saberemos direito o que é, mas que deve ser celebrada. Abraços, borrachudos, a primeira visão de seu necessáire (para que tanto creme, meu Deus?!), respirações ofegantes, camarões, cafunés, banhos de mar – você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas — mãos dadas no cinema, uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário, um tatu bola na grama de um sítio, algumas cidades domesticadas sob nossos pés, postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço. Então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei, com a grandiosa certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz.</div>
<div style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px; text-align: justify;">
Talvez, céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante. Silêncios onde deveria haver palavras, palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até. Depois faremos as pazes. Ou não?</div>
<div style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos. Se tivermos cuidado e sorte – sobretudo, talvez, sorte — quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo — o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão —, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.</b>”</div>
<b style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px;"></b><br style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px;" /><br style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px;" /><span style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; font-size: 12.8699998855591px; line-height: 18.0179996490479px;">— Antonio Prata</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-87998507207610480692012-11-05T08:53:00.000-03:002016-09-24T07:12:41.095-03:00Bom dia, amor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Sonhei contigo essa noite. Dizem que, se contar, não acontece, mas eu resolvi não ser supersticiosa e ter um pouquinho mais de fé. E o sonho era bom demais pra eu não compartilhá-lo contigo. Estávamos em férias, trancafiados num quarto. Ficamos assim o mês todo. O quarto era amplo, claro, iluminado, e tinha uma vista absurda pro mar de Maceió. Aliás, o único barulho que se ouvia era o das ondas batendo na areia. Pura calmaria. Era lá que fazíamos tudo: comer, ler, assistir, namorar. Passávamos os dias, confortáveis em nossos pijamas brancos, a perambular por aquele ambiente que era só e tão nosso. E eu nos vi lendo e debatendo nossas leituras, vendo os filmes que sempre quisemos, mas não tínhamos tempo ou oportunidade de vê-los, dividindo as amenidades da vida e interrompendo tudo pra fazer amor uma vez ou outra – paciente e deliciosamente, porque o tempo era só nosso. Não havia espaço pra infelicidade, chuva ou amargura. Todo dia era de sol e os sorrisos eram fartos e sinceros. A tudo dávamos graça. Quando acordei, sentindo o afago no peito, desejei isso pra gente. E, se não der pra ser assim, que pelo menos a gente fique com esse sonho bonito, com essa coisa gostosa que é dividir a vida mesmo quando nem tudo é claro e brilhante como no meu sonho. E que, mesmo aqui, no mundo real, a tudo demos graça.</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-89230386246710280682012-11-04T21:31:00.000-03:002012-11-04T21:33:32.632-03:00Deixa que o olhar...<br />Deixa que o olhar do mundo enfim devasse<br />Teu grande amor que é teu maior segredo!<br />Que terias perdido, se, mais cedo,<br />Todo o afeto que sentes, se mostrasse?<br /><br />Basta de enganos! Mostra-me sem medo<br />Aos homens, afrontando-os face a face:<br />Quero que os homens todos, quando eu passe,<br />Invejosos, apontem-me com o dedo.<br /><br />Olha: não posso mais! Ando tão cheio<br />Desse amor, que minh`alma se consome<br />De te exaltar aos olhos do universo.<br /><br />Ouço em tudo teu nome, em tudo o leio:<br />E, fatigado de calar teu nome,<br />Quase o revelo no final de um verso.<br /><br />(Alphonsus de Guimarães)Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-46757993991726520932011-12-08T00:13:00.003-03:002011-12-08T00:35:20.642-03:00Uma saudade que já quer apertar o peito. Assim, "doídinha"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><br />
<div class="MsoNormal">Quis ser direta lhe dizendo isso.</div><div class="MsoNormal">Quis que dizer não doesse.</div><div class="MsoNormal">Achei que, sendo direta, não doeria.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Foi um até logo.</div><div class="MsoNormal">Um tantinho mais longo, mas só um até logo.</div><div class="MsoNormal">2012 já tá batendo a porta. A gente agüenta.</div><div class="MsoNormal">Daqui a um mês nos vemos de novo.</div><div class="MsoNormal">A saudade nem terá tempo pra começar a doer. Fininha.</div><div class="MsoNormal">A gente agüenta.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Mas, aí, quando eu tava sendo direta e correndo,</div><div class="MsoNormal">Quando eu tava sendo direta e fugindo,</div><div class="MsoNormal">Quando eu tava sendo direta, e correndo, e fugindo, e não sentindo a dor,</div><div class="MsoNormal">Você me diz: <i>Vem cá, me dá um beijo.</i></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Quis ser mais rápida ainda.</div><div class="MsoNormal">E sair correndo mais rápido ainda.</div><div class="MsoNormal">E não sentir a dor</div><div class="MsoNormal">Fininha</div><div class="MsoNormal">Já apertando o peito.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">E eu fui rápida, e corri, e quase não senti a dor.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Quase.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Porque você me disse que a gente só ia se ver no próximo ano agora.</div><div class="MsoNormal">E “próximo ano” é muito tempo.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Faz como eu, diz “daqui a uns dias”.</div><div class="MsoNormal">É menos tempo.</div><div class="MsoNormal">É mais rápido.</div><div class="MsoNormal">É menos dor.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Aí, você me disse que a gente não ia perder o contato.</div><div class="MsoNormal">Eu sei que não, benzinho.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Mas queria perder, sabe.</div><div class="MsoNormal">Só um pouquinho.</div><div class="MsoNormal">Queria que um mês não parecesse tanto tempo.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não precisava dizer isso.</div><div class="MsoNormal">A gente sabe.</div><div class="MsoNormal">É só um mês, uns dias.<br />
Não vamos precisar nem manter contato.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Mas a gente só vai se ver no próximo ano.</div><div class="MsoNormal">E dizer que não vamos perder o contato faz parecer mais longe ainda.<br />
Faz doer mais um tantinho.</div><div class="MsoNormal">É quase um pedido de desculpa.</div><div class="MsoNormal">Uma justificativa, desnecessária, por viver a vida.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não precisa se desculpar por morar longe e ter família.</div><div class="MsoNormal">Eu também moro longe e tenho família.</div><div class="MsoNormal">Não é só você que está indo vê-los.</div><div class="MsoNormal">Eu também tô.</div><div class="MsoNormal">Me desculpe por morar longe e ter família.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Próximo ano é tanto tempo, né?</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">E você quis prolongar mais um tiquinho nossos últimos segundos juntos neste ano.</div><div class="MsoNormal">Agora foi a vez de um: <i>Vem cá, me dá um abraço</i>.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">E você me abraçou forte, daquele jeito.</div><div class="MsoNormal">E eu amoleci.</div><div class="MsoNormal">Deixei doer.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não faz assim, amor.</div><div class="MsoNormal">Me dá só um tchau e finge que vamos nos ver no café de amanhã, não em 2012.</div><div class="MsoNormal">Me dá só um tchau e finge que vamos correr na praia hoje à noite.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">E não fica me olhando ir embora com essa cara, poxa.</div><div class="MsoNormal">Já disse: parte meu coração. Dói mais um pouquinho. </div><div class="MsoNormal">Já começa a apertar o peito.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Por que um mês não é só uns dias quando a gente gosta de alguém?</div><div class="MsoNormal">Por que um mês não é só um mês, mas um ano, Deus?</div><div class="MsoNormal">E por que ficamos tão dramáticos quando estamos assim, “doídinhos”, "tudo-inho"?</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">É só um mês, amor.</div><div class="MsoNormal">A gente agüenta.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">“Doídinhos”, mas agüenta.</div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-2639993478736003262011-08-23T04:44:00.001-03:002011-11-03T02:37:53.596-03:00He ou Felicidade que chega por e-mail<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;"><i>"Gosto de você. É isso, eu gosto de você. Entendeu agora? </i>Eu gos-to de vo-cê<i>. Gosto do seu jeito mulherzinha mal disfarçado, da satisfação com que você toma sorvete e da paciência que você tem pra me ouvir. Gosto de assistir filme com você e dormir juntos, agarradinhos. Das histórias que você me conta e do sossego que você me traz. Gosto de tudo em você ser equilíbrio. Doce, mas nem tanto. Calma, mas nem tanto. Perfeita, mas nem tanto. Gosto do seu cabelo meio ondulado e de lhe encontrar sempre bem vestida, sempre bonita. Gosto do jeito que você olha pra minha barba e do modo como me beija a boca. De todos os seus 'inhas'. Dos seus filmes, dos seus livros, dos seus doces. Das nossas conversas. De lhe fazer macarrão. Gosto de tudo. De tudo. Simples assim. Gosto de você porque gosto. Sem muito porquê. Gosto de ser seu e de lhe ter pra mim. Então, não complique, mulher."</i></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-90940469714456479432011-05-16T02:11:00.003-03:002016-09-24T07:13:37.827-03:00O que vem antes<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Eu não costumo falar sobre nós dois para as outras pessoas. Demorei muito até mesmo para contar aos meus amigos que nós estamos juntos. Fazia quase um ano já. Eu gosto que seja assim. Só nós dois, com nossos erros e acertos, sem interferências. Talvez eu seja um pouco fechada mesmo. Talvez eu não goste de dividir meus problemas, minhas angústias e as guarde só pra mim. Culpada, confesso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Sei que você aprecia essa minha discrição e que você gosta do fato de a nossa vida ser só nossa. Como na música que você fez pra mim. Mas eu sei também que às vezes você gostaria que eu me abrisse mais, que eu te contasse mais minhas histórias. Eu não sou tão afável quanto você, amor, e eu gostaria que você me perdoasse por isso, mas eu vou lhe contar uma história.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Eu sempre fui desconfiada, desde menina. E também sempre fui tímida. Na minha adolescência, enquanto todas as minhas amigas saíam pra balada, eu ficava em casa lendo ou assistindo algum filme. Sou assim até hoje, aliás. Também por isso eu nunca gostei de grandes aglomerados de pessoas. Conservo poucos, mas bons amigos. E se eu sempre fui precavida em relação às minhas amizades, que dizer, então, dos meus relacionamentos?!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Você, por exemplo. Eu gostei de você já de cara. Você era bonito, inteligente e me fazia rir. Sem falar no seu jeitinho de menino malandro, que me ganhou fácil, de primeira. Mas nós tínhamos acabado de nos conhecer. Eu só sabia seu nome e que você era lindo, inteligente, divertido e amigo dos meus amigos. E se sua mãe fosse louca? E se você fosse um bandido? E se seus dentes fossem falsos?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Eu não podia me apaixonar por você! Era muito risco, eu poderia me machucar. Mas eu não conseguia tirar meus olhos de você e você não parava de me olhar. Ainda assim, eu resisti. Tentei ganhar o máximo de tempo, saber tudo, todos os detalhes, vírgulas e reticências sobre você. Até que você se cansou e quase desistiu. Aí o jeito foi eu me arriscar. Pagar pra ver.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Hoje eu sei que sua mãe não é louca nem você, um bandido. E que seus dentes são verdadeiros e você nunca teve cáries. Mas isso só veio depois.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Eu era uma menininha segura, cheia de regras, de certos e errados até que você apareceu. Você chegou e a segurança foi embora, e levou com ela as minhas certezas. Eu não tive escolha. Ou eu continuava me protegendo, sem arriscar, e lhe perdia, ou eu tirava os pés do chão e ia contigo até onde você me levasse.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">E você me trouxe até aqui. Você me levou até a balada. Você me levou a questionar a mim mesma e à minha rigidez, às minhas regras tortas. E foi tudo muito natural. Você não forçou nada, só me pediu pra ler o livro, ver o filme antes de julgar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Eu não deixei de ser eu mesma, não deixei de gostar das coisas que eu gostava antes nem de acreditar em certos valores que eu sempre trouxe comigo. Nada disso. Eu só aprendi que o mundo é maior que o meu criado-mudo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Isso é o que vem antes e você não sabia. Porque, graças a você, hoje eu conto piadas, ainda que pessimamente, e não me envergonho por isso. Graças a você, eu tenho lugar reservado e cerveja gelada toda sexta no bar do Tonho com meus amigos. Porque eu aprendi a ser mais leve, a não me levar tão a sério. Aprendi a me divertir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">E se eu não lhe conto mais histórias, amor, é porque elas não importam. Elas ficaram no passado. E ainda que eu não seja tão afável quanto você queria que eu fosse, saiba que eu me esforço bastante pra que você sempre saiba o quão importante você é pra mim, que você tem o meu carinho e respeito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Sua pergunta estava quase certa: não é o que aconteceu antes de você que você precisa saber, mas o que acontece antes de cada beijo seu, de cada sorriso meu, de cada abraço nosso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><br />
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">Mas essas respostas você já tem, assim como eu. Porque a resposta está no depois. E o depois somos nós.</span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-38068393441682350942011-05-15T02:17:00.003-03:002011-08-11T05:39:02.898-03:00I do<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Eu me lembro da primeira vez em que nós dormimos juntos. Da sua camisa azul e sua calcinha de bolinha. Naquela noite não havia mulher mais sexy nem homem mais feliz nesse mundo. E eu me lembro de acordar cedo e fazer o café, como se fosse algo pelo qual eu esperei a vida toda. Depois eu voltei pra cama e fiquei lhe observando dormir, até que você acordou. Sabia que você fica muito mais bonita quando acorda? Seus lábios ficam vermelhos e sua pele aveludada, uma coisa linda. Aí, então, você me contou, sem ter certeza ao certo sobre o que estava falando, do sonho que você teve, da menina que não conseguia encontrar seu sapato, até que a chuva começou e ela adormeceu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu vou lhe explicar por que estou dizendo tudo isso. Naquele dia, depois que você foi embora, eu passei um bocado de tempo só pensando na mesma coisa: quando eu lhe teria de novo na minha cama, a noite toda. Mais ainda: quando eu acordaria de novo com você ao meu lado? Quando eu lhe prepararia o café da manhã novamente? Pois eu soube, no instante mesmo em que acordei com minha camisa presa embaixo do seu braço, que esse era o melhor jeito de acordar e que eu queria, pra sempre, por todos os dias da minha vida, acordar com a camisa presa em você. E eu fiquei pensando, pensando, pensando.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já faz muito tempo, amor. Você tinha acabado de voltar da sua primeira viagem a Europa e eu tinha entrado no mestrado. Nós não somos tão jovens quanto antes, mas aquele pensamento ainda continua comigo: quando é que eu vou acordar com você do meu lado todos os dias.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E você não sabe qual não foi a minha surpresa e a minha felicidade quando entrei por aquela porta e encontrei você em pé na sala, me esperando na casa em que dormimos juntos pela primeira vez. Porque eu tinha acabado de lhe comprar isso, o anel com o qual eu alcançaria meu destino, que prenderia minha camisa no seu braço por todos os dias da minha vida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu não vou me ajoelhar, amor. E eu sinto muito se não é como nos filmes, se nós estamos suados e pelados porque acabamos de fazer amor depois de duas semanas sem nos vermos. Mas esse ainda é o melhor momento. Esse ainda é o melhor lugar. A mesma cama de anos atrás, onde eu tive a certeza que você era a mulher da minha vida, onde eu soube que era com você que eu queria me casar. Eu te amo, amor. Case-se comigo. E eu prometo lhe contar todas as histórias dos nossos dias. E que elas serão sempre mais bonitas. Eu lhe prometo, amor. Case-se comigo</div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-74895433096952056702010-08-17T00:39:00.001-03:002011-08-11T05:43:15.539-03:00Chuva. Amor, Flor.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">...E essa sua mania de chover em mim. Eu tô lá, quieta no meu canto, e de repente...chuva. Eu vou estudar e...chuva. Vou dormir...chuva. Vou comer...chuva. Chuva. Chuva. Chuva. Você. Você. Você. E eu fui poça, fui lago, fui rio, fui oceano, fui mar. Fui amar. Foi tanta chuva! E cada gota se fez flor e você fez de mim seu jardim. Chuva, amor. Flor.</div></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-89039459240782040552010-04-13T01:02:00.004-03:002011-08-12T02:29:32.727-03:00As meias<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Naquela noite, eu bati na porta da sua casa às 3 da madrugada toda molhada da chuva, toda descabelada, desesperada, aos prantos. Você segurou a minha mão e me puxou para dentro, sem nenhuma palavra, nem mesmo um "tá tudo bem". Então você tirou minha roupa molhada e enxugou o meu corpo, me preparou um chá e sentou comigo na cozinha por duas horas, enquanto eu chorava e, entre uma lágrima e outra, um suspiro e outro, tomava um gole do chá. Quando eu finalmente terminei, você me levou pro quarto e me calçou nos pés uma meia, para que eu me sentisse minimamente confortável e dormisse. Eu nunca lhe disse que dormia de meia quando alguma coisa me incomodava, mas você sabia. Quando eu acordei, você já tinha ido trabalhar, mas deixara tudo arrumado para o caso de eu querer ficar mais um pouco. Nós nunca falamos sobre isso, você nunca me perguntou o que tinha acontecido, mas... Obrigada. Era isso o que eu queria dizer: obrigada. Desculpa a bagunça, desculpa a confusão, desculpa ter molhado o seu sofá. Aquela noite foi realmente muito ruim e eu queria lhe agradecer por ter estado lá por mim, por ter me vestido aquelas meias, elas foram mesmo muito reconfortantes. Aquela noite me tirou algo realmente grande, mas me recompensou com algo ainda maior. Eu enxerguei. Obrigada. Obrigada, amor, obrigada. </div></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-64965874446051076342010-02-16T17:22:00.004-03:002011-08-11T05:55:52.336-03:00Bem-vinda<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;"><em>Você era a menininha de tênis e vestidinho florido no bar em plena tarde de quarta-feira. E tinha aquele cara ao seu lado. Vez por outra, você ficava olhando pra ele por vários minutos, depois virava o rosto – com uma expressão mais indecifrável que o sorriso de Monalisa – e contemplava o nada. E eu me perguntava: em que será, Deus, que ela está pensando agora? Eu queria saber, eu queria saber tudo sobre você. E você se levantou e foi embora. Calmamente. Como se fosse nada. Não disse adeus, não disse tchau, não olhou pra trás, não deixou pedaços. Você apenas levantou e foi embora. E eu fui atrás com tanta pressa, com tanta vontade, que nem percebi que você estava parada, acendendo um cigarro, e fiquei lhe procurando feito louco entre os passantes. Não sei o que foi, mas você olhou pra mim e sorriu nessa hora. Deus, eu pensei, ela me viu, ela me sorriu! E eu lá, feito criança quando encontra os pais depois de se perder deles, parado, lhe olhando, todo descabelo, suado, sem acreditar. Nossa, como eu me senti ridículo! Você se aproximou e me ofereceu um cigarro. Um táxi parou, você entrou nele e perguntou se eu iria também. É claro que eu iria! Como diz a mocinha daquele filme, eu fui e vou toda vez que o amor me chamar, eu fui e vou toda vez que você me chamar. Sabe, faz cinco anos que isso aconteceu. Aquele bar não existe mais e o seu tênis rasgou, mas eu ainda lhe vejo de tênis e vestidinho saindo pela porta da frente e fumando seu cigarro como se nada tivesse acontecido. Não sei, não sei bem o que é, não consigo explicar. Mas aquele dia mudou a minha vida. Naquele dia, eu tive certeza que minha vida começava ali e que você estaria nela por um bom tempo. Eu não errei. Eu não deixei você sair da minha vida desde então e você nunca quis ir embora. Você sabe, as coisas nunca foram fáceis pra gente, às vezes eu me pergunto se tudo isso vale à pena mesmo e eu sei que você também se cansa e se pergunta o mesmo, mas é só lembrar aquela menina de vestido florido e tênis me sorrindo na porta do bar que eu sei que tudo vai ficar bem. Então eu consigo fechar os olhos e dormir em paz. É só lembrar o seu sorriso de manhã, a sua voz rouca me cantando um blues e o quarto todo bagunçado. Olha, amor, eu só queria dizer que amanhã você vem morar aqui comigo e eu não consigo dormir, louco de ansiedade pra lhe ver entrar por aquela porta com uma mala na mão e um sorriso no rosto. Olha, amor, eu só queria mesmo dizer que te amo e que os melhores dias da minha vida são os que eu passo contigo. Sabe, amor, estamos apenas começando.</em></div></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-87519581834068626772010-01-25T22:01:00.003-03:002010-03-09T19:40:05.773-03:00Canções e poemas<div style="text-align: justify;">Não tinha móveis em casa. Nem uma cama, nem um sofá, nem um armário de espelhos no banheiro. Nada. Nunca os tivera. Gostava da casa assim. Vazia. Era tão livre que não se deixou prender nem pelos móveis. Dividia seu espaço apenas com um colchão inflável, pilhas de livros, uma TV, um aparelho de DVD, um som antigo e o baú. Sorria sempre que entrava lá. Era sempre bem-vinda.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Havia também a parede das fotografias: os pais, os amigos, os lugares, os momentos e ele. Claro, há sempre um ele. Estavam juntos há tanto tempo, há tantos anos que pareciam não lembrar. Mas ele sabia o dia, o mês, o ano e, quem sabe, a hora em que tudo começou. E ela sabia, com todos os detalhes, o exato momento. Lembrava-se bem dele dobrando a barrinha de sua camisa preta para segurá-la diretamente pela cintura e da voz dele dizendo cuidado quando ela tropeçou. Foi há muito tempo mesmo, pensava ela sem pesar, sem orgulho, apenas com amor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tinham um amor mudo, desordenado. Ele parecia ter medo de admitir que gostava dela porque ela estava sempre indo embora. E ela estava sempre indo embora porque ele nunca a pediu pra ficar. Viviam assim, então. Viam-se apenas em alguns finais de semana, em que ela abria a porta de casa e ele também se sentia bem-vindo. Terminaram e reataram dezenas de vezes sem nenhuma palavra. Ele simplesmente não aparecia na sexta à noite ou, então, quando a saudade batia, tocava a campainha, ela abria a porta e lá estavam eles, juntos novamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ninguém nunca os imaginou juntos. Não pareciam feitos um pro outro ou mesmo que combinavam. Nem mesmo todos os anos foram capazes de apagar essa impressão. Mas ela sabia que o amaria pra sempre, mesmo quando um ou outro fosse embora de vez, e que voltaria sempre pra ele, bastava ele tocar a campainha. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No fundo, eram parecidos. Ela gostava de filosofia e ele, de saber como tudo funcionava. Ela trocava as lâmpadas e ele matava as baratas. Ele tocava guitarra e ela escrevia contos. Não eram opostos nem complementares. Sabiam-se livres e presos um ao outro. Um dia, participariam do Amazing Race e seriam ótimos pais. Como nunca faziam planos, não podiam dizer se seria juntos ou separados. A vida dela era um poema e a dele, uma canção. Mas a poesia dela precisava do barulho dele. E a música dele precisava da melodia dos versos dela.</div><div style="text-align: justify;"></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-77762224874063062032009-11-18T00:28:00.005-03:002012-07-20T01:14:24.852-03:00Do lado de dentro<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Eu estava pensando em você quando a campainha tocou. Era você. Trouxe a bebida, a companhia e o melhor abraço. Eu sorrio pra você e você me sorri de volta. A vida parece fácil agora. Calma, leve, tranquila. Vem, entra. Nos jogamos no sofá maior e ficamos ali, sentados, olhando apenas para o teto e pensando em como é bom estar ali agora. Você me olha e me sorri de novo. Eu te amo. Tomo mais um gole da minha bebida preferida e lhe beijo a bochecha. Você sorri e fecha os olhos. Eu sei, você sabe. As coisas estão lindas. Minha casa, minha família, meus amigos, meu emprego, você. Sua casa, sua família, seus amigos, seu emprego, eu. Nós. É maravilhoso. Você não para de me olhar e sorrir. É estranho, mas eu adoro isso. Vem cá, me beija de novo. E de novo. E de novo. E de novo. Não pare nunca de me beijar. Eu te amo. Está ficando tarde e nós estamos ficando com sono. Mas amanhã ainda é quarta e você não quer ir embora. Então, não vá. Fique. Fique, amor, e vamos beber mais um pouco e nos beijar até amanhecer. Não tem problema. Você sorri, me abraça e sussurra no meu ouvido que me ama. Eu sei, eu também te amo. Eu amo você, sua voz, seu jeito de sorrir, como você atende ao telefone, quando você me abraça e como nós nos conhecemos. Começou a chover agora. E eu adoro o barulhinho da chuva e você sabe disso e me convida para ver a cidade pela janela. Somos só eu, você e todo mundo, embalados pelo ritmo da chuva. Vem, vamos dormir. Você me abraça e eu adormeço no seu peito, enquanto você me olha e fala baixinho: "amor, fique pra sempre comigo". Eu fico. É claro que eu fico! Eu te amo.</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-60443414670384609982009-09-04T14:57:00.005-03:002011-08-12T03:04:47.934-03:00Bobagens bonitas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;"><em>Eu tenho ciúmes de você, amor. Eu tenho medo de perdê-lo. Eu vejo você - tão carismático, tão atencioso, tão divertido e, não bastasse, inteligente e bonito - sempre acompanhado por muitas pessoas, que lhe admiram e lhe seguem. E, para uma mulher, é fácil se apaixonar por um cara assim.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Todo mundo diz que o problema dos homens bonitos, inteligentes, gentis e divertidos é que eles nunca estão solteiros. Mas ninguém se dá conta da dificuldade maior que é ser a mulher desses homens. Viver com você é como viver num </em>reality show<em>. Tem sempre alguém nos observando, anotando nossos passos, nos contando por aí.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Certa vez, estávamos com uns poucos conhecidos e você se retirou por uns instantes para atender ao telefone. Nisso, uma desavisada, que não tomara conhecimento sobre nós, confessou-me que não havia como não se apaixonar por você e enumerou-me todas as suas qualidades. Ouvi tudo pacientemente e com um sorriso amarelo no rosto. Eu não tinha o direito de constrangê-la: também me apaixonei por você.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>O que me aflige é a ameaça constante que esse seu riso largo me oferece. Porque ele será sempre pólen em flor grande e vistosa, objeto maior da cobiça e disputa de todos os pássaros. Mas não pare nunca de sorrir, amor.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Racionalmente, sei que tudo isso é uma grande bobagem e que não devo ter medo, pois foi a mim que você escolheu e é comigo que você está. Mas o amor é infiel e irracional. Ele lhe escolhe num segundo e, no seguinte, troca-lhe por o que parecer a ele mais belo - e o belo pode ser a inteligência, a beleza em si mesma ou qualquer pequeno detalhe do outro - nunca se ama alguém por inteiro.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>(Você, amor, tem a beleza da inteligência, e da sensibilidade, e de todas as pequenas coisas que fazem um dia nublado mais feliz.)</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Amar deveria ser fácil. </em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Entretanto, não obstante todas as dificuldades, espero que você continue sempre você e com esse riso largo estampado no rosto. Porque esse é o homem por quem eu me apaixonei. </em><br />
<em><br />
</em><br />
<em>E que a minha beleza, seja ela qual for, lhe seja sempre a mais bela e preferida. E que o seu amor seja sempre meu.</em></div><div style="text-align: justify;"><em><br />
</em></div><div style="text-align: justify;"><em><em>Eu te amo.</em></em></div></div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-40780295225978431832009-03-14T19:57:00.006-03:002009-03-14T23:58:02.943-03:00De quando você foi embora<div align="justify">... era um vazio tão grande que eu andava pela casa e as coisas pareciam fora do contexto. Qual a função daquela cadeira ali se você não vai sentar? Qual o sentido em eu comprar esses biscoitos se você não vai comê-los? Eu nem gosto deles! Por que, quando você foi embora, não levou junto as suas coisas? Ontem mesmo, eu encontrei aquele livro que o Dudu lhe deu há dois anos e você achava que tinha perdido. É sempre assim agora. Eu abro o armário e tem lá uma camisa sua (aquela verde, que eu lhe trouxe de Paris); abro uma gaveta e encontro um cd seu; vou à cozinha e tropeço no seu sapato. Eu já não sei mais o que fazer. Essa casa parece mais sua que minha; há você em todos os lugares, seu cheiro em todos os lençois, sua saliva em todo o meu corpo. Mas você foi embora. Ponto. E eu estou aqui agora, sozinha, atormentada pelas suas coisas. Onde você está, meu querido? Está frio aí? Aqui, desde que você foi embora, tudo é inverno. Não aquele inverno bonito de quando chovia e a gente se trancava no quarto e assistia filme agarradinho. Não. É aquele inverno de quando a gente quis ir à praia, no verão passado, e choveu. É o inverno do impedimento. E, no meu caso, por mais contraditório que pareça, não há chuva, nem uma gotinha sequer. O que não diminue em nada a densidade das minhas nuvens e dos meus dias: suas coisas ainda estão aqui, feito sombras que me acompanham por todos os lugares, dia e noite, noite e dia. Mas você não está, meu amor. Não está.</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-27876964482732153812009-02-23T07:13:00.000-03:002016-09-24T07:17:49.286-03:00O que Vanessa da Mata nos ensina...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="justify">
<em>"É preciso varrer outras lacunas que se esgueiram na perversão e na crueldade dos homens. Na violência que nos afunda, na corrupção que nos mata, na passividade que nos oprime e não nos desperta confundindo-se com pacificidade.<strong> É preciso não curvar a dignidade</strong>. Nesta confusão que fazemos entre orgânico e inorgânico, as árvores são a nossa maior ajuda. Deixe as flores e folhas perto de nós, sente-se junto de mim e eu lhe contarei outras histórias.<strong> Ouça o beijo da primavera, cada pétala, cada gesto dizendo um 'sim'</strong>."</em> (Vanessa da Mata)</div>
<br />
Perfeito.</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-52735005686314385482008-12-07T15:19:00.005-03:002010-01-21T12:07:26.639-03:00O que 2008 me ensinou...<div style="text-align: justify;">Em primeiro lugar, que nós não somos senhores de nada. O livre-arbítrio é só historinha romântica. Estamos à deriva, as coisas nunca são como a gente escolhe - eu sei: todo mundo sabe disso; eu mesma sempre tive essa consciência. Mas é muito diferente quando isso é apenas uma realidade abstrata e, de repente, torna-se uma realidade fática, concreta. O jeito é deixar a vida correr, fluir. Invariavelmente, aliás, esse é o único jeito.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A segunda é que o mundo dá voltas. Muitas. E nessas voltas, alguns papéis podem se inverter. Eu me vi sendo presa na história em que fui o predador durante muito tempo. Disso, eu aprendi que devemos agir com o outro como se esse outro fosse nós mesmos; para quando os papéis se inverterem, o outro lado não nos ser tão ruim.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Aprendi também que a saudade revela sentimentos, intensifica-os. (Aqui vale a velha, porém verdadeira, máxima: a gente só sente saudades do que valeu à pena.)<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu aprendi a criar laços.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu reaprendi a ter calma, a esperar.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu aprendi a chorar e ser forte, a dizer "eu amo você" sem nenhuma vergonha.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu aprendi a trabalhar e a dar o melhor de mim.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">2008 me fez forte, alegre, decidida, sensível, esperançosa, paciente, guerreira, amiga.<br />
</div><div style="text-align: justify;">2008 me fez viva.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E a você? O que 2008 lhe ensinou? O que ele fez de você?<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Feliz Ano Novo, meus queridos. Que 2009 também venha com força!<br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-21780568394585159382008-10-22T23:27:00.002-03:002010-01-21T12:09:41.798-03:00Sobre eles<div align="justify">Ela afundou o corpo nele o mais que pôde, como se assim pudesse aprisionar um instante, como se assim pudesse aprisionar o amor. E ele, querendo as respostas que a vida não lhe entrega e que só uma mulher é capaz de abrigar dentro de si, puxou os seus quadris com a ânsia de escorregar para dentro dela e ali ficar. Só uma fêmea é capaz de dividir-se assim ao meio: a metade de baixo a sobrepor-se forte, desfalecendo as resistências do macho e a de cima a ampará-lo doce, beijando e acarinhando os medos de um filhote.<br />
</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />
Rita Apoena<br />
</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-61984159924014219502008-10-03T15:14:00.000-03:002008-10-03T15:18:55.629-03:00<div align="justify"><em>"É preciso você tentar, mas é preciso você tentar. Talvez alguma coisa muito nova possa lhe acontecer."</em></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-55567854510890864552008-09-20T00:10:00.002-03:002008-09-20T00:23:43.081-03:00O Rio<em>"Ouve o barulho do rio, meu filho.</em><br /><em>Deixe esse som te embalar.</em><br /><em>As folhas que caem no rio, meu filho,</em><br /><em>Terminam nas águas do mar.</em><br /><em>Quando amanhã por acaso faltar</em><br /><em>Uma alegria no seu coração,</em><br /><em>Lembra do som dessas águas de lá,</em><br /><em>Faz desse rio a sua oração.</em><br /><em>Lembra, meu filho: passou. passará.</em><br /><em>Essa certeza a ciência nos dá:</em><br /><em>Que vai chover quando o sol se cansar,</em><br /><em>Para que flores não faltem.</em><br /><em>Para que flores não lhe faltem jamais."</em><br /><div align="right">(Marisa Monte)</div><div align="justify"> </div><div align="justify">.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Conheci essa música há algum tempo e não pude deixar de me emocionar. Cresci inundada pela presença constante do rio São Francisco. E mesmo agora, que não vivo tão próxima a ele quanto antes, é a memória dele que me inunda. Ficar apática à letra dessa música me é impossível. Por isso a escrevi aqui. Para você, meu filho. Para que você se acostume com ela, pois será com ela que eu irei lhe ninar. Essa será também sua primeira lição, filho. Aprenda-a, <em>para que flores não lhe faltem.</em> Quando você vier ao mundo, eu tenho fé, o São Francisco continuará lá. E não se preocupe, filho: eu lhe levarei lá. Promessa.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8997128528081627012.post-31620918514790988522008-09-19T11:12:00.002-03:002008-09-19T11:17:02.950-03:00O que é simpatia<div align="center">Simpatia - é o sentimento</div><div align="center">Que nasce num só momento,</div><div align="center">Sincero, no coração;</div><div align="center">São dois olhares acesos</div><div align="center">Bem juntos, unidos, presos</div><div align="center">Numa mágica atração.</div><div align="center"> </div><div align="center">.</div><div align="center"> </div><div align="center">Simpatia - são dois galhos</div><div align="center">Banhados de bons orvalhos</div><div align="center">Nas mangueiras do jardim;</div><div align="center">Bem longe às vezes nascidos,</div><div align="center">Mas que se juntam crescidos</div><div align="center">E que se abraçam por fim.</div><div align="center"> </div><div align="center">.</div><div align="center"> </div><div align="center">São duas almas bem gêmeas</div><div align="center">Que riem no mesmo riso,</div><div align="center">Que choram nos mesmos ais;</div><div align="center">São vozes de dois amantes,</div><div align="center">Duas liras semelhantes,</div><div align="center">Ou dois poemas iguais.</div><div align="center"> </div><div align="center">.</div><div align="center"> </div><div align="center">Simpatia - meu anjinho,</div><div align="center">É o canto do passarinho,</div><div align="center">É o doce aroma da flor;</div><div align="center">São nuvens dum céu d'Agôsto,</div><div align="center">É o que m'inspira teu rosto...</div><div align="center">- Simpatia - é - quase amor!</div><div align="right"><br />Indaiaçu - 1857.</div><br /><br />Poema de Casimiro de Abreu.Unknownnoreply@blogger.com1